Fica demonstrado mais uma vez que investir de maneira inteligente em sistemas mecanizados de rega tecnificada (Pivots de rega) gera os resultados agrícolas esperados. A Líbia é um país do Norte de África com costa norte ao Mar Mediterrâneo, e que limita a oeste com a Tunísia e a Argélia, a sudoeste com o Níger, a sul com o Chad, a sudoeste com o Sudão e a este com o Egito.
Este país não é precisamente conhecido por dispor de grandes quantidades de água fresca, nem muito menos de água para o seu uso em aplicações agrícolas.
Este país desértico norte-africano, dirigido por um homem considerado pela maioria como demasiado excêntrico, tem-se envolvido durante anos nas culturas regadas mediante sistemas mecanizados de Pivôs centrais. Estes sistemas usam de forma eficiente a energia elétrica, e foram projetados para minimizar a perda de água por evaporação, com emissores de rega por aspersão que distribuem a água desde a cabeça do Pivô até ao canhão final de fecho de cultura, regando em círculos.
A água que alimenta as culturas, é distribuída através dos canos principais de aço que vão montados sobre as secções. As secções são deslocadas mediante rodas em círculos concêntricos desde o ponto pivotante até ao extremo. Com este método de rega mecanizada é desperdiçada menos água, e as culturas abrangidas nesse círculo agrícola podem receber o máximo recurso hídrico disponível.
Cultivar no deserto da Líbia com Pivots de rega
Apesar de as máquinas de rega Pivot serem utilizadas já de forma habitual em muitos países, incluindo a Índia e outras zonas desérticas dos Estados Unidos, a forma como são usadas para cultivar no deserto da Líbia é única. As fotos tomadas por satélite destes campos desérticos são muito características.
Num país como a Líbia, onde mais de 95% do território é composto pelo deserto do Saara, este tipo de mecanização agrícola não é um investimento barato. Apenas é possível aproveitando os depósitos de água fóssil dos aquíferos subterrâneos. Cada parcela circular tem mais ou menos um quilómetro de diâmetro, e nelas são cultivados: grão, frutas e verduras, e forragens para o gado.
Reverdejar o deserto
A Líbia não é o único país do Oriente Médio que tenta reverdejar o deserto mediante a rega agrícola. A Jordânia também está a investir em Pivots de rega, o Israel, além de instalar também rega mecanizada, há vários anos que está a aperfeiçoar o seu sistema patenteado de rega por gotejamento (usado em muitas zonas áridas do mundo), mesmo em países arqui-inimigos como a Síria e demais áreas regionais, incluindo o Qatar, que colabora com a Síria nalguns projetos agrários na zona do Golfo Pérsico.
No deserto, a evapotranspiração é muito alta e o solo nu não produz. A grande percentagem de areia no terreno impede que a água fique retida por muito tempo. Em tempo de seca, devido ao solo não ter a capacidade de reter nem sequer a possível água de chuva, a produção é simplesmente impossível. A tecnologia de rega no deserto torna-se obrigatória e indispensável. Mediante os sistemas de rega Pivô, locais desérticos podem tornar-se em zonas de produção agrícola.